quarta-feira, 29 de junho de 2011

Stress



Em uma conferência, ao explicar para a platéia a forma de controlar o estresse, o palestrante levantou um copo com água e perguntou:

-"Qual o peso deste copo d'água? "
As respostas variaram de 250g a 700g.

O palestrante, então, disse:
- "O peso real não importa. Isso depende de por quanto tempo você segurar o copo levantado." 
"Se o copo for mantido levantado durante um minuto, isso não é um problema. Se eu o mantenho levantado por uma hora, vou acabar com dor no braço. Mas se eu ficar segurando um dia inteiro, provavelmente eu vou ter cãibras dolorosas e vocês terão de chamar uma ambulância."

E ele continuou:
- "E isso acontece também com o estresse e a forma como controlamos o estresse. Se você carrega a sua carga por longos períodos, ou o tempo todo, cedo ou tarde a carga vai começar a ficar incrivelmente pesada e, finalmente, você não será mais capaz de carregá-la."

"Para que o copo de água não fique pesado, você precisa colocá-lo sobre alguma coisa de vez em quando e descansar antes de pegá-lo novamente.
Com nossa carga acontece o mesmo.
Quando estamos refrescados e descansados nós podemos novamente transportar nossa carga."

Em seguida, ele distribuiu um folheto contendo algumas formas de administrar as cargas da vida, que eram:

1 *  Aceite que há dias em que você é o pombo e outros em que você é a estátua.

2 *   Mantenha sempre suas palavras leves e docespois pode acontecer de você precisar engolir todas elas.

3 *   Só leia coisas que faça você se sentir bem e ter a aparência boa de quem está bem.

4 *   Dirija com cuidado. Não só os carros apresentam defeitos e têm recall do fabricante.

5 *   Se não puder ser gentil, pelo menos tenha a decência de ser vago.

6 *   Se você emprestar R$200,00 para alguém e nunca mais vir essa pessoa, provavelmente valeu a pena pagar esse preço para se livrar dela.

7 *   Pode ser que o único propósito da sua vida seja servir de exemplo para os outros.

8 *   Nunca compre um carro que você não possa manter.

9 *   Quando você tenta pular obstáculos lembre que está com os dois pés no ar e sem nenhum apoio.

10 *   Ninguém se importa se você consegue dançar bem. Para participar e se divertir no baile, levante e dance, pronto!

11 *   Uma vez que a minhoca madrugadora é a que é devorada pelo pássaro, durma até mais tarde sempre que             puder. (quando sou eu que falo pra minha mãe ela não acredita!)

12 *   Lembre que é o segundo rato que come o queijo - o primeiro fica preso na ratoeira. Saiba esperar.

13 *   Lembre, também, que sempre tem queijo grátis nas ratoeiras.

14 *   Quando tudo parece estar vindo na sua direção, provavelmente você está no lado errado da estrada.

15 *  O dia de seu nascimento são bons para você. Quanto mais você tem, mais tempo você vive.

16 *  Alguns erros são divertidos demais para serem cometidos só uma vez.

17 *   Podemos aprender muito com uma caixa de  lápis de cor. Alguns têm pontas aguçadas, alguns têm formas bonitas e alguns são sem graça. Alguns têm nomes estranhos e todos são de cores diferentes, mas todos são lápis e precisam conviver na mesma caixa.

18 *  Não perca tempo odiando alguém, remoendo ofensas e pensando em vingança. Enquanto você faz isso a                pessoa está vivendo bem feliz e você é quem se sente mal e tem o gosto amargo na boca.

19 * Quanto mais alta é a montanha mais difícil é a escalada. Poucos conseguem chegar ao topo, mas são eles  que admiram a paisagem do alto e fazem as fotos que você admira dizendo "queria ter estado lá".

20 *  Uma pessoa realmente feliz é aquela que segue devagar pela estrada da vida, desfrutando o cenário,                    parando nos pontos mais interessantes e descobrindo atalhos para lugares maravilhosos que poucos  conhecem.

"Portanto, antes de voltarem para casa, depositem sua carga de trabalho no chão.
Não a carreguem para casa. Vocês podem voltar a pegá-la amanhã. Com tranquilidade."

"Unir-se é um Bom Começo... 
Saber Cultivar a União é uma Conquista...
    Trabalhar em Conjunto é uma Grande Vitória".


sexta-feira, 24 de junho de 2011


ESTIMADOS NAVEGADORES NESTE BLOG. LEIAM ESTA ENTREVISTA, É MUITO INTERESSANTE. BOM PROVEITO!!!!

O que seria de uma orquestra, se cada músico tocasse o que quisesse? Se não houvesse disciplina? Ela é necessária. E deve ser analisada como um meio e não um fim.
Vasconcellos 1994.
 
É possível sair do marasmo

Por Luiza Oliva

Celso Vasconcellos conhece como poucos a realidade do professor brasileiro. Diretor do Libertad - Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica, doutor em Didática pela USP, mestre em História e Filosofia da Educação pela PUC/SP, pedagogo e filósofo, Celso se dedica a encontros de formação de professores, coordenadores e diretores. Em suas andanças por escolas e eventos de educação pelo Brasil, ele tem percebido um cenário de marasmo entre os educadores, além de uma certa resistência dos professores pelo trabalho com projetos e temas geradores, em lugar das tradicionais aulas expositivas. “O professor que dá uma aula expositiva tem a sensação de que ensinou, e o aluno que ouve tem a sensação que aprendeu. Aparentemente é um sucesso. Só que, passados 15 dias, o aluno esqueceu o conteúdo. O que ele mostra numa prova não é o saber dele, mas o que ele tinha memorizado para a prova. Passou a prova, esqueceu. Portanto, não houve aprendizagem”, verifica Celso.

Mudar é difícil, mas não impossível, diz o educador, que acredita numa escola humana, menos mecânica. Ele tem certeza dessa possibilidade quando vê escolas com projetos bem-sucedidos, como a Escola da Ponte, de Portugal. “Fiquei profundamente tocado quando vi um vídeo da Escola da Ponte, onde crianças de 7, 8 anos participavam e coordenavam uma assembléia. Isso mostra que é possível transformar uma escola que estava destruída, abandonada”, aponta. Para Celso, a falta de vínculo entre professor e aluno gera problemas na aprendizagem e até mesmo casos de indisciplina. 

A precária formação dos professores e a falta de um projeto político-pedagógico para a escola são outros grandes problemas que ele aponta como críticos em nossa educação. “Não podemos fazer educação na base do senso comum, da repetição, da imitação. Temos que ter um projeto, uma concepção, e é difícil entender como uma escola funciona sem um projeto”, sentencia. Celso Vasconcellos é autor dos livros Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico; Construção do Conhecimento em Sala de Aula; Avaliação: Concepção Dialética-Libertadora do Processo de Avaliação Escolar; Disciplina: Construção da Disciplina Consciente e Interativa em Sala de Aula e na Escola; Para Onde Vai o Professor - resgate do professor como sujeito de transformação; Avaliação: Superação da Lógica Classificatória e Excludente; Avaliação da Aprendizagem: Práticas de Mudança - por uma práxis transformadora, todos editados pelo Libertad. Confira a seguir a entrevista que o educador concedeu a Direcional Escolas.

DIRECIONAL ESCOLAS - O senhor fala em quebrar o marasmo na educação. Por que vemos algumas escolas, inclusive públicas, que se destacam, produzindo educação de qualidade mesmo em meio a adversidades?

CELSO VASCONCELLOS - Depende muito de uma liderança, da escola ter alguém que resolva arregaçar as mangas. A própria Escola da Ponte, que é uma referência, começou com o sonho do José Pacheco. Ele pegou uma escola toda destruída e não entrou no esquema, começou de uma certa indignação e o projeto já tem 30 anos. Esse é um ponto a que Paulo Freire se referia muito: não se conformar. Por outro lado, é muito forte na educação a postura do “é assim mesmo, sempre foi assim, você é jovem ainda, eu também pensava como você, você vai ver que não funciona”. Falo brincando em um de meus livros do “Professor Caveirinha”, o professor que morreu mas não sabe que já morreu. Hoje há categorias pedagógicas, sociológicas, aplicadas a esse desmonte do professor: o mal-estar docente, do qual fala o educador espanhol José Esteve, e o burn-out, apagar a chama, que é a síndrome de desistência. Quando aparece alguém que se recusa a ficar nesse mesmo discurso, essa liderança vai aglutinando pessoas. Muita gente também está cansada de se queixar, de reclamar. Daí surgem experiências bem-sucedidas, mas não é fácil. A onda contrária é muito forte.

Esse marasmo a que o senhor se refere é exclusividade da escola pública?

De forma alguma. Às vezes na particular é até pior: esse marasmo é dissimulado, existe um certo cinismo. De modo geral, nas regiões sul e sudeste, em que as escolas particulares pagam um pouco melhor que as públicas, por medo de perder o emprego o professor acaba não falando. Na pública pelo menos ele diz o que pensa. Na particular, aparentemente as coisas vão bem, mas há um ceticismo, a pessoa já não acredita mais na educação, não acredita na sociedade. Esse é um ponto no qual eu tenho insistido: fala-se na escola pública como se ela fosse o grande problema e a escola particular como se fosse a grande salvação. Sabemos que não é assim. Existem escolas particulares excelentes assim como há escolas públicas. Mas elas são ilhas de excelência. Veja o resultado do ENEM nacional: em primeiro lugar ficou uma escola particular do Rio e em segundo lugar uma escola pública do Rio por uma diferença muito pequena. De um modo geral, a situação é bastante delicada. Temos que considerar que a escola particular não trabalha com todo mundo. Primeiro, há um vestibular econômico para entrar, é preciso pagar a mensalidade. Depois vem o vestibulinho, a ajuda dos pais, viagens, revistas, toda essa cultura que a criança tem em casa e que não é mérito da escola. Além disso, tem o professor particular, hoje há até empresas de aulas de reforço, o aluno é acompanhado o ano todo. Na verdade, a escola particular trabalha com um segmento só e a pública com todo mundo. No SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) a escola particular está melhor que a pública, mas muito pouco. No Pisa (N.R.: programa internacional de avaliação comparada), com jovens de 15 anos, ficamos em último ou penúltimo lugares no ranking geral, no ranking da escola pública e no ranking da escola particular. Esse é um dado muito importante. Se a escola particular brasileira fosse de primeiro mundo como se fala, estaríamos entre os 10 primeiros. Quando eu digo isso, não é para criticar a escola particular. A escola particular tem um papel muito importante. A educação não pode ficar só na mão do Estado. Mas me preocupa porque parece que o problema é só da escola pública, parece que só lá tem problema. E não é verdade. Seria bom se assim fosse. Há desorientação, falta de perspectiva de vida, falta de sentido de vida em geral, e não só entre os alunos da periferia.

Os pais também se sentem desorientados em relação à escola, sobre qual é a boa escola e a pressionam por resultados? 

Tenho visto até algumas escolas particulares que tinham avançado mas que, com a crise econômica e o receio de perder alunos, começam a abrir mão da proposta. Escolas que já faziam uma avaliação processual voltam a adotar a semana de provas. Muda a direção, a coordenação, e há a pressão dos pais, que acham que escola boa é a que dá prova todo dia. Temos assim um processo de mediocrização, a escola acaba sendo nivelada por baixo.

O que é a escola boa?

É aquela que forma realmente o ser humano, que ajuda o ser humano a se constituir, a desabrochar em todas as dimensões. Se pensarmos nas dimensões básicas – aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais – a escola boa é a que dá conta disso, que não trabalha só com os aspectos cognitivos, mas com a questão do saber fazer e do saber ser (aqui eu incluo o saber conviver dos pilares da educação da Unesco). A escola boa é a que propicia esse desenvolvimento humano, essa abertura para o mundo e, num certo sentido, que qualifica essa abertura para o mundo. Porque a criança tem essa abertura para o mundo, tem o desejo de conhecer, uma curiosidade, uma vivacidade. A rigor nós temos essa disposição. Paulo Freire falava da vocação ontológica de ser mais. Resta à escola saber trabalhar com isso, o que nem sempre ocorre. Temos visto em encontros de formação relatos de vida de professores que têm situações extremamente negativas na experiência escolar. A escola boa teria como base esse desejo de ser mais do sujeito e qualificaria isso através do acesso à cultura, à grande tradição, à possibilidade da convivência. As pesquisas mostram que os alunos gostam da escola e até gostam do professor, o que eles não gostam é da aula. Também não é culpa do professor. Ele sofre uma pressão muito violenta, sem ter uma formação adequada. Esse ponto tem me angustiado demais. Vemos engenheiros sendo formados em cinco anos, médicos com seis anos de formação, mais dois de residência, enquanto que os cursos de pedagogia com duração de cinco anos são raríssimos. Há inclusive cursos de três anos à noite. É claro que não se pode olhar só o aspecto quantitativo. Mas, com certeza, quantidade e qualidade são atributos do real. Um curso de três anos pode ser muito bom mas ficaria muito melhor se fosse em cinco ou seis anos. A educação é muito complexa. Freud falava que educar é uma das coisas impossíveis, ao lado de psicanalisar e de governar. Na educação, ou chegamos muito cedo, e a criança não está pronta ainda, ou chegamos muito tarde e ela já fez o percurso. Quando Vygotsky fala da Zona de Desenvolvimento Proximal ele supera essa dicotomia, afirmando que há o momento adequado. De qualquer forma, não veja uma formação do professor para essa tarefa tão complexa. Coloca-se um sujeito cheio de boas intenções, o professor, numa situação que envolve a desorientação dos pais, que é um reflexo da desorientação da sociedade. Ou seja, quando precisaríamos de um professor ainda mais qualificado, temos um professor com uma formação aligeirada. Daí entendemos o uso autoritário da avaliação e esse jogo de empurra e de acusações entre a escola e os pais, cada um tentando se livrar um pouco da sua culpa. Vejo um problema estrutural, já que em qualquer profissão um ponto básico é a formação. Mas, quero deixar claro que só a quantidade não basta. Vemos pessoas com alta titulação, mestres e doutores, que são extremamente resistentes e que, ao invés de usarem a autoridade do argumento, usam o argumento da autoridade. “Você sabe com quem está falando? Sou doutor!”, dizem.

Além da carência de formação, o senhor acredita também que falta no professor uma noção de cultura geral? 

É claro. Estou há 31 anos no magistério e ainda me pego estudando coisas que não havia percebido. Outro dia estava lendo “De pueris”, “Dos meninos”, de Erasmo de Roterdam, um texto de 1530 onde ele diz: “Muitas vezes as crianças não conseguem perceber a importância daquilo que estão aprendendo”, o que chamaríamos hoje de objeto do conhecimento, “por isso é importante o afeto, o amor que ela tem pelo professor”. Eu achava que eu, quando fazia afirmação semelhante, estava sendo contemporâneo. Um clássico da educação já dizia isso em 1530! A nossa formação é muito falha.

E quando o professor procura suprir essa falha, ele não se perde, procurando aleatoriamente cursos, palestras, livros, sem uma direção adequada? 

Costumo dizer que há duas posturas mais comuns. Essa a que você se refere ainda é mais positiva. Se o sujeito não tem formação, sabe que não tem e está disposto a aprender, ótimo. Mas há o professor que não tem formação, tem a semiformação. Ele acha que sabe porque viu superficialmente certos conceitos. Infelizmente, vemos professores que têm essa formação aligeirada e não têm o menor senso crítico, a menor autocrítica. Esses são os piores casos. E costuma acontecer com os professores do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, que se acham especialistas. Nas capacitações, vejo muitas professoras só com magistério que se mostram mais abertas, mais dispostas a aprender. 

Há ainda um outro aspecto nessa formação por ensaio e erro: a questão dos modismos educacionais. Um dia nós fomos tradicionais, outro dia fomos modernos, outro dia tecnicistas, outro histórico-críticos, outro libertadores, depois construtivistas, sociointeracionistas, co-construtivistas, pós-construtivistas, paradigma da complexidade, professor reflexivo, interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, múltiplas inteligências, inteligência emocional, pedagogia de projetos. De repente, são ondas e cada onda que chega parece que é a salvadora e esquecemos de todo o resto. Se o professor tivesse uma formação sólida isso não aconteceria. Vejamos a questão das múltiplas inteligências. Devemos nos perguntar como ela pode favorecer o nosso projeto pedagógico, a nossa concepção de educação. Como o professor não tem essa concepção, parece que cada teoria que chega será a salvadora.

Outro aspecto muito sério é a falta do espaço de trabalho coletivo constante na escola. Há muitos nomes para esse espaço: reuniões pedagógicas semanais, hora-atividade, horário de trabalho pedagógico, horário de trabalho pedagógico coletivo. Em muitas escolas, sobretudo as particulares, não há esse espaço porque ele tem um custo. E, quando há, esse espaço não é bem utilizado. Ele funciona para dar o balancete da festa junina, ler decretos e portarias, dar chamadas no professor, conferir entrega de material do MEC. Eu acredito profundamente nesse espaço. Por exemplo, o professor que vai para um seminário, um congresso, que lê um livro, tem nesse espaço a oportunidade de socializar com os colegas, de discutir e retomar esses conteúdos. Ele faz um congresso com 30 ou 40 horas de formação, palestras, conferências, debates e não tem 30 minutos na escola para partilhar isso com os colegas. Então, há o problema da formação inicial, que eu já apontava, e também o da formação continuada. E, para mim, o principal espaço da formação continuada é a reunião pedagógica semanal. Toda semana, durante duas horas, com a participação da direção, da coordenação pedagógica, da orientação e dos professores por níveis. Esse é um elemento fundamental para alterarmos a qualidade da escola.

A falta desse espaço se dá por falta de tempo ou simplesmente porque não há essa cultura na escola? 

A escola nunca teve esse espaço. A escola que a burguesia ofereceu para o povo a partir do século XVIII nunca cuidou da formação do professor. Ela até cuidou do salário e do status do professor. Houve uma época no magistério paulista em que os jovens ficavam em dúvida entre a magistratura e o magistério, porque um professor ganhava tanto quanto um juiz, isso há 40 anos. Esse é um elemento político. A pergunta que se faz é a seguinte: a quem interessa uma educação de qualidade? Quando vemos uma sociedade baseada nos aspectos mais superficiais, na onda do consumismo, do imediatismo, na manipulação em todos os níveis, percebemos que um sujeito humano que pensa, que reflete, que tem mais autonomia, que tem valores mais profundos, começa a incomodar e não interessa para o sistema. Esse parece um discurso jurássico, mas a meu ver isso nunca foi tão presente. Vemos as pessoas num processo de mecanização, com uma vida extremamente estúpida, manipulada, jovens sem perspectiva, que não conseguem emprego ou com salários achatados. Há uma dispersão e uma falta de sentido para o jovem. E este seria o grande papel da escola e do professor, o professor como produtor de sentido. Muitas vezes, nem os pais estão interessados numa educação de qualidade. Ele quer que alguém tome conta do filho. Numa greve de professores, a maior queixa dos pais é não ter com quem deixar os filhos. Os pais ainda não perceberam a importância de uma educação de qualidade.

Como o senhor vê a valorização da gestão da escola nos últimos tempos?

Essa valorização me preocupa. Eu fui diretor de escola, coordenador pedagógico e sei perfeitamente o papel da gestão. Mas acho que essa ênfase tão grande que se dá ao gestor é em função do esvaziamento da potência do professor. Se o professor fosse mais forte, mais competente, o gestor não teria esse papel tão grande como tem hoje. A gestão é autoritária porque o professor é infantil ou o professor é infantil porque a gestão é autoritária? Temos percebido situações gritantes de infantilização do magistério. Professores se comportando muitas vezes igual a aluno. Temos problemas de indisciplina de professores em reuniões pedagógicas. Numa reunião, de 15 professores dois resolvem ficar “tricotando” o tempo todo. E quando o coordenador questiona, está sendo autoritário. O infante é aquele que não responde pelos seus atos, que não tem o princípio da realidade. É preciso escolher: ou a diversão ou a formação. Se o professor opta pela diversão não pode então receber uma certificação. É preciso assumir isso. Já vi professores em congressos que vão para o shopping e quando voltam querem assinar a lista de presença. É importante que o professor saia dessa situação de infantilização. Esse seria o papel do gestor. Porém, muitos gestores acabam tendo uma postura autoritária, alimentando a heteronomia ao invés de promover a autonomia.

Qual o melhor caminho para o professor atingir o aluno, buscar que ele se interesse pelas aulas? 

A questão da afetividade é o primeiro elemento para a aprendizagem. O ponto de partida do processo de conhecimento é a mobilização. O conhecimento novo se dá a partir do conhecimento prévio que não está sempre disponível. Para ser disponibilizado ele pede uma carga afetiva. A questão do interesse não é um detalhe, é fundamental. Se o aluno não tem motivação, não libera seu conhecimento prévio portanto não há matéria-prima para construir o novo conhecimento. O aluno apenas memoriza, devolve na prova e uma semana depois já esqueceu tudo, porque na verdade ele não aprendeu. O vínculo é fundamental do ponto de vista da aprendizagem. Voltamos a Erasmo de Roterdam. A criança não estava interessada na Revolução Francesa ou na oração subordinada substantiva mas ela criou um vínculo com o professor. E quando o professor fala da oração subordinada substantiva ela acaba se ligando nesse objeto, primeiro por essa aproximação com o professor. Ela cria um vínculo com o próprio objeto de conhecimento. Mesmo situações de indisciplina e de violência em sala de aula estão ligadas ao rompimento desse vínculo com o professor. Resgatando esse vínculo podemos conseguir muito. A afetividade perpasse todo o período escolar, e ela deve ser uma afetividade qualificada. A professora Heloísa Dantas, da USP, alerta que afetividade não é ficar lambendo o aluno. Às vezes, vemos essa pseudoafetividade. A afetividade, no sentido radical, é se deixar afetar pela necessidade do outro. O professor deve se perguntar: quais são as necessidades desses alunos? Qual o universo deles? E, a partir daí, organizar sua intervenção, sua aproximação. A grosso modo, a escola tradicional, instrucionista, valorizou muito a cognição. Uma certa vertente da escola nova valorizou muito as relações, o afeto e abriu mão do saber. O que queremos é trazer os elementos da tradição, da cultura, da norma, mas sabendo que é preciso haver uma liga que se dá pelo afeto.

A preocupação com o conteúdo não pode prevalecer?

Não. Mas também a escola não se justificaria só pelo afetivo. Há o conhecimento, a descoberta do mundo. Entramos aí em outra questão delicada que é o vestibular. A escola se preocupa com o conteúdo para preparar o aluno para a série seguinte e, no limite, para o vestibular. Muitas vezes a escola começa a imbecilizar lá na Educação Infantil, com as melhores intenções, em nome de preparar para o vestibular, e deforma a criança. Defendo que se forme bem o aluno desde cedo e, se necessário, imbecilizar nas séries finais. Imbecilizar é se preocupar só com o conteúdo formal, colocar uma avaliação classificatória, não poder dar atenção para o aluno ou tratar um tema emergente senão você atrasa o programa, ou seja, o conteúdo acaba sendo um fim ao invés de ser um meio. Num curso sobre construção do conhecimento uma professora de crianças de 3, 4 anos me disse que percebeu que o aluno não estava entendendo mas que ela não podia parar para atendê-lo. Ela me disse que não poderia parar porque iria atrasar a apostila. Isso, para mim, é imbecilizar: com a preocupação de cumprir a apostila ela não poderia parar para atender uma criança. Por que não trabalhar com projetos, com temas geradores, com pesquisa, com problematização, com instrumentalização, com estudos do meio? Quando chegar lá na reta final, no 3º ano do Ensino Médio, aí é hora de dar os macetes, as musiquinhas, as bobagens da vida. No último capítulo do meu livro “Coordenação do trabalho pedagógico”, que se chama “O vestibular e os cavaleiros do apocalipse pedagógico”, aponto o conteúdo pré-estabelecido sem sentido, esse conteúdo que tem que ser dado, a metodologia passiva e a avaliação classificatória como os cavaleiros do apocalipse da educação. Se você quer acabar com o processo pedagógico, é só colocar esses três cavaleiros em ação. O pior dos três ainda é a avaliação classificatória, porque em nome dela o professor fica preocupado em cumprir o programa e, para cumpri-lo, ele cai na metodologia passiva. Como o aluno vai se interessar com um conteúdo que não faz sentido, com uma metodologia que não é participativa, e ainda cobrando nota? Isso é condicionamento. Costumo provocar os professores: se você promete um pontinho para a criança na 1ª série do Ensino Fundamental você vai prometer o que na 1ª série do Ensino Médio?

O senhor percebe a falta de um projeto político pedagógico nas escolas?

Sim, e ela é reflexo desse desmonte da educação. A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 exige que as escolas tenham um projeto. Ela reforça legalmente uma coisa que é profundamente necessária. Se estamos organizando uma atividade humana temos que ter um projeto. Quanto mais uma atividade tão complexa e importante como a educação escolar. Seria natural ter um projeto, só que isso não corresponde à realidade. Temos agora as escolas fazendo o projeto formalmente. Questões como o sentido da vida, o papel do professor, o currículo, a avaliação, a relação professor-aluno a rigor são temas fundamentais do projeto. O projeto vem me dizer por que eu existo enquanto escola. É possível entender que o pai leve o filho para a escola sem saber por que, e que a criança esteja numa sala de aula sem saber para que. Mas, quando a própria escola não sabe para que existe é muito grave. A escola é uma instituição e deve ter um objetivo. Entendo o projeto como um instrumento de luta, um elemento fundamental da escola. Proponho a metodologia do planejamento participativo, que ele seja construído coletivamente. Muitas escolas colocam um grupo para montar o projeto, geralmente as melhores cabeças da escola, ou encomendam para uma consultoria. Depois, o colocam na mão dos professores para dizer se eles têm alguma sugestão. O caminho não é esse. Acredito que o projeto deva ser construído a partir da contribuição de cada um. Escolhemos algumas dimensões: sociedade, pessoa humana, educação, currículo, participação da comunidade, avaliação, disciplina, dimensões fundamentais que organizam a escola. Cada uma dessas dimensões se transforma numa pergunta: que sociedade desejamos construir, que pessoa humana queremos formar, como desejamos a educação em nossa escola, como desejamos a participação dos pais em nossa escola... Cada pessoa, individualmente, responde essas questões. Gero um texto com todas as respostas, e nenhuma idéia pode desaparecer. Esse texto vai para uma assembléia, onde é discutido até chegar ao texto possível e desejado pelo grupo. Não é um texto que veio de um grupo de iluminados, veio do próprio grupo. Num percurso como esse não há como o professor dizer que não conhece o projeto. Ele participou ativamente da construção. É interessante porque os professores reconhecem seus tijolinhos na construção do texto. Há um ganho enorme quando o próprio sujeito participa da construção da teoria.

Entrevista publicada na Revista Direcional Escolas Edição 17 - junho/2006  

quarta-feira, 22 de junho de 2011



Por onde se deve começar um bom planejamento?
Celso Vasconcellos: Depende muito da dinâmica dos grupos. Existem três dimensões básicas que precisam ser consideradas no planejamento: a realidade, a finalidade e o plano de ação. O plano de ação pode ser fruto da tensão entre a realidade e a finalidade ou o desejo da equipe. Não importa muito se você explicitou primeiro a realidade ou o desejo. Então, por exemplo, não há problema algum em começar um planejamento sonhando, desde que depois você tenha o momento da realidade, colocando os pés no chão. Em alguns casos, se você começa o ano fazendo uma avaliação do ano anterior, o grupo pode ficar desanimado - afinal, a realidade, infelizmente, de maneira geral, é muito complicada, cheia de contradições. Às vezes, começar resgatando os sonhos, as utopias, dependendo do grupo, pode ser mais proveitoso. O importante é que não se percam essas três dimensões e, portanto, em algum momento, a avaliação, que é o instrumento que aponta de fato qual é a realidade do trabalho, vai aparecer, começando o planejamento por ela ou não.
Celso Vasconcellos: Sim, as primeiras aulas. Principalmente das séries iniciais. Existem estudos que mostram que a boa relação professor/aluno pode ser decidida nessas aulas. Há pesquisas que vão além e apontam os primeiros instantes da primeira aula como determinantes do sucesso da atividade docente. Então, se o professor tem de preparar bem todas as aulas, as primeiras precisam de mais cuidado. E não é só determinar os conteúdos a ser abordados, os objetivos a atingir e a metodologia mais adequada. É, sobretudo, se preparar, tornar-se disponível para aqueles alunos, acreditando na possibilidade do ensino e da aprendizagem, estando inteiramente presente naquela sala de aula, naquele momento.

sábado, 18 de junho de 2011

                           
Quero dividir com vocês algumas frases da escritora Martha Medeiros, que eu particularmente gosto muito.

"O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções."

"Não subestime os outros, nem os idolatre demais. Seja educada, mas não certinha. Não minta, nem conte toda a verdade. Dance sozinha quando ninguém estiver olhando. Divirta-se enquanto seu lobo não vem."

"Quando olho para o meu passado, encontro uma mulher bem parecida comigo - por acaso, eu mesma - porém essa mulher sabia menos, conhecia menos lugares, menos emoções."


"Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar."

"Não fale, não conte detalhes, não satisfaça a curiosidade alheia. A imaginação dos outros já é difamatória que chegue."
Martha Medeiros
                                              

segunda-feira, 13 de junho de 2011

1. Dados de Identificação:
Tema Gerador: Trânsito
Série: 4º Ano
Idade: 8-9 anos

2. Objetivo Geral
• Compreender a organização de espaço em que vivemos (cidade, bairro, rua) entendendo a importância do respeito às leis de trânsito: homem, via e veículo.

2.1.Objetivos Específicos:

• Conhecer as placas e sinais de trânsito e os meios de Transportes.
• Desenvolver a consciência da criança no trânsito.
• Observar o movimento de pessoas dentro da escola.
• Analisar a influência do espaço e a direção na circulação interna da escola.
• Identificar regras de circulação como fatores importantes na ordem e segurança da escola.
• Identificar o significado da sinalização.
• Descrever a sinalização de trânsito como fator de segurança.
• Interpretar mensagens se sinalização de trânsito.
• Identificar os principais sinais de trânsito.
• Reconhecer as cores dos sinais de trânsito.
• Desenvolver a atenção e a percepção.
• Ensinar a obediência à sinalização.

3. CONTEÚDOS CONCEITUAIS:

• Português: leitura, interpretação, dramatização, produção de panfletos.
• Matemática: números naturais (quatro operações),medidas de comprimento (metro e centímetro), horas e velocidade.
• Ciências sociais e história: o município, leis de trânsito, a história do trânsito de nossa cidade, localização espacial (ruas, bairro, comunidade).
• Ciências Naturais: Meio ambiente (poluição, produção de energia os combustíveis).
• Artes: Dramatização, desenho, produção de panfletos...

4. CONHECIMENTOS PRÉVIOS:

•Informações a respeito do trânsito local em que o aluno vive a seus redores.

Aula 01:

ATRAVESSANDO A RUA
Música/Letra: Edivaldo B. F. Neto

Criança cuidado quando atravessar
Uma avenida ou uma rua qualquer
Olhe pro lado, olhe pro outro
Pra não ser atropelada
Ande somente pela calçada
Ande contente sem se machucar
Muita atenção antes de atravessar
Olhe o farol, espere o sinal fechar
Vermelho para os carros você pode passar
Verde para os carros você tem que esperar
Nunca atravesse se o farol estiver amarelo da cor do sol
Nunca atravesse fora das faixas
Ela é o espaço de segurança
Onde as crianças podem passar
Onde os carros tem de esperar

1. Procedimento:

1.1-Lançar questionamentos como:
1- O se entende por trânsito?
2- Diálogo geral sobre o trânsito e a movimentação das pessoas na escola.
3- Perguntar se em nossa escola há um local reservado para entrada e saída de alunos, se sim qual?
4- Perguntar se os alunos podem entrar e sair a qualquer hora, por quê?
5- Comentar sobre a sinalização de trânsito em geral.
6- Explorar a experiência das crianças em relação à sinalização, apresentando réplicas de algumas placas existentes nas mediações da escola.
7- Explicar sobre alguns tipos de sinalização urbana: como placas, semáforo, sinais luminosos, etc...
8- Levar a classe a um passeio pela Escola, a fim de observar a movimentação e as atitudes das pessoas (crianças e adultos) nas salas, nos corredores, na escola e nas ruas de nossa cidade...
9- De volta a sala, fazer um comentário dos fatos observados, atitudes das pessoas nos diversos lugares observados, forma de movimentação da classe durante o passeio pela escola, locais e horários de maior movimento.

- Atividade
Fazer uma brincadeira para a identificação do semáforo e os sinais de trânsito.

1ª Semáforo:
As professoras forma duplas (meninos e meninas) que se colocam em forma circular, durante todo o tempo toca-se uma música, iniciando a dança. A certa altura, o professor levanta o círculo vermelho e diz em voz alta: "O semáforo está vermelho!", e todos devem parar de dançar. Quando o professor levantar o círculo verde e disser: "O semáforo está verde!", a dança deve continuar; assim ele procederá com o círculo amarelo dizendo: "O semáforo está amarelo!", todos os alunos devem mudar de pares, escolhendo colegas que estiverem à direita ou à esquerda. O casal que se enganar nas ordens e na troca de pares sai do jogo, mesmo que um dos parceiros não tenha errado. No final da brincadeira, o professor agirá só mostrando os círculos, sem pronunciar as frases, para que os alunos associem as cores com a maneira de proceder.
Fazer um semáforo com os alunos com a orientação do professor.

2ª Sinais de Trânsito:
Desenhar no pátio da escola, usando giz, algumas pistas com sinais de trânsito. Cada aluno (de uma turma de 5 de cada vez) deve imaginar que está dirigindo um carro, um caminhão ou uma moto. O professor deve multar com uma tarefa toda vez que algum aluno desrespeitar a sinalização (Pare!; Proibido virar a direita!; Hospital; estacionamento proibido; etc...). As placas poderão ser feitas pelos próprios alunos sob a orientação do professor.
Após a brincadeira realizar pesquisa ma internet sobre as leis do trânsito (placas, multas, infrações...).
Procurar notícias em jornais e revistas sobre o trânsito (acidentes provocados pelo não cumprimento das leis).


Aula 02:

1. Produção Oral:
Desenvolvimento: Contação da história.


João e Maria
Às margens de uma extensa mata existia, há muito tempo, uma cabana pobre, feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria.
A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas haviam piorado ainda mais: não havia comida para todos.
- Minha mulher, o que será de nós? Acabaremos todos por morrer de necessidade. E as crianças serão as primeiras…
- Há uma solução… - disse a madrasta, que era muito malvada.
- Amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.
- Não chore - tranqüilizou-a o irmão - Tenho uma idéia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama.
No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
As crianças foram com o pai e a madrasta cortar lenha na floresta e lá foram abandonadas.
João havia marcado o caminho com as pedrinhas e, ao anoitecer, conseguiram voltar para casa.
O pai ficou contente, mas a madrasta, não. Mandou-os dormir e trancou a porta do quarto. Como era malvada, ela planejou levá-los ainda mais longe no dia seguinte.
João ouviu a madrasta novamente convencendo o pai a abandoná-los, mas desta vez não conseguiu sair do quarto para apanhar as pedrinhas, pois sua madrasta havia trancado a porta. Maria desesperada só chorava. João pediu-lhe para ficar calma e ter fé em Deus.
Antes de saírem para o passeio, receberam para comer um pedaço de pão velho. João, em vez de comer o pão, guardou-o.
Ao caminhar para a floresta, João jogava as migalhas de pão no chão, para marcar o caminho da volta.
Chegando a uma clareira, a madrasta ordenou que esperassem até que ela colhesse algumas frutas, por ali. Mas eles esperaram em vão. Ela os tinha abandonado mesmo!
- Não chore Maria, disse João. Agora, só temos é que seguir a trilha que eu fiz até aqui, e ela está toda marcada com as migalhas do pão.
Só que os passarinhos tinham comido todas as migalhas de pão deixadas no caminho.
As crianças andaram muito até que chegaram a uma casinha toda feita com chocolate, biscoitos e doces. Famintos, correram e começaram a comer.
De repente, apareceu uma velhinha, dizendo: - Entrem, entrem, entrem, que lá dentro tem muito mais para vocês.
Mas a velhinha era uma bruxa que os deixou comer bastante até caírem no sono e confortáveis caminhas.
Quando as crianças acordaram, achavam que estavam no céu, parecia tudo perfeito.
Porém a velhinha era uma bruxa malvada que e aprisionou João numa jaula para que ele engordasse. Ela queria devorá-lo bem gordo. E fez da pobre e indefesa Maria, sua escrava.
Todos os dias João tinha que mostrar o dedo para que ela sentisse se ele estava engordando. O menino, muito esperto, percebendo que a bruxa enxergava pouco, mostrava-lhe um ossinho de galinha. E ela ficava furiosa, reclamava com Maria:
- Esse menino, não há meio de engordar.
- Dê mais comida para ele!
Passaram-se alguns dias até que numa manhã assim que a bruxa acordou, cansada de tanto esperar, foi logo gritando:
- Hoje eu vou fazer uma festança.
- Maria, ponha um caldeirão bem grande, com água até a boca para ferver.
- Dê bastante comida paro seu o irmão, pois é hoje que eu vou comê-lo ensopado.
Assustada, Maria começou a chorar.
- Acenderei o forno também, pois farei um pão para acompanhar o ensopado. Disse a bruxa.
Ela empurrou Maria para perto do forno e disse:
- Entre e veja se o forno está bem quente para que eu possa colocar o pão.
A bruxa pretendia fechar o forno quando Maria estivesse lá dentro, para assá-la e comê-la também. Mas Maria percebeu a intenção da bruxa e disse:
- Ih! Como posso entrar no forno, não sei como fazer?
- Menina boba! Disse a bruxa. Há espaço suficiente, até eu poderia passar por ela.
A bruxa se aproximou e colocou a cabeça dentro do forno. Maria, então, deu-lhe um empurrão e ela caiu lá dentro. A menina, então, rapidamente trancou a porta do forno deixando que a bruxa morresse queimada.
Mariazinha foi direto libertar seu irmão. Estavam muito felizes e tiveram a idéia de pegarem o tesouro que a bruxa guardava e ainda algumas guloseimas.
Encheram seus bolsos com tudo que conseguiram e partiram rumo à floresta. Depois de muito andarem atravessaram um grande lago com a ajuda de um cisne. Andaram mais um pouco e começaram a reconhecer o caminho. Viram de longe a pequena cabana do pai.
Ao chegarem à cabana encontraram o pai triste e arrependido. A madrasta havia morrido de fome e o pai estava desesperado com o que fez com os filhos.
Quando os viu, o pai ficou muito feliz e foi correndo abraçá-los. Joãozinho e Maria mostraram-lhe toda a fortuna que traziam nos seus bolsos, agora não haveria mais preocupação com dinheiro e comida e assim foram felizes para sempre.

Atividades
2- Questionamentos sobre a história de João e Maria, formar um diálogo com os alunos perguntando se teve algum tipo de sinalização que João utilizou para encontrar o caminho de casa.
3- Confeccionar cartazes com a ajuda de todos os alunos sobre o trânsito, e colar no mural da escola.
4- Trabalhar a leitura, compreeensão, interpretação (questionamentos orais) e escrita com a história de João e Maria.

• Atividades de Interpretação sobre o texto.

• Trabalhar o Meio Ambiente.

• Cálculos envolvendo as 4 operações. (estimativa)


Aula 03:

Atividade - Cinema

1- Fazer a introdução do filme, comentar sobre o que o filme irá tratar.
2- Reunir a turma para a exibição do filme “Carros”.
3- Após a exibição do filme, conversar com os alunos se o filme lhes agradou, o que acharam mais interessante e o que tiraram de lição (trabalho em equipe, humildade, amor ao próximo etc.), focando sempre a cidadania e conscientização no trânsito.
4- Construir e discutir de maneira conjunta com os alunos, conhecimentos básicos sobre poluição, e os impactos que a mesma pode trazer para o meio ambiente.
5- Identificar alternativas ao uso do automóvel, discutir e analisar situações que requerem segurança.
6- Indicar e problematizar os malefícios causados pelo rápido aumento do número de carros, que podem ser sentidos em diversos setores. Nas ruas sempre cheias, na dificuldade cada vez maior de circular a pé, no aquecimento global e na poluição do ar, que afeta a saúde principalmente de crianças e idosos.
7- Explicar quanto ao respeito da sinalização e falar sobre os cuidados que devemos ter ao atravessar a rua, como: observar as cores dos sinais e sempre olhar para os lados.

Citar dicas de segurança em geral, utilizando gravuras como demonstração, como:
a) andar no banco traseiro;
b) dar dica para o adulto obedecer ao semáforo;
c) lembrar o adulto de verificar as condições dos pneus;
d) ficar atento, não distrair o motorista;
e) respeitar áreas de escola e hospitais, não jogar lixo pela janela;
f) ficar atento no trânsito, olhar para os dois lados antes de atravessar a rua e se vier carro, não passar;
g) respeitar o guarda de trânsito.

8- Problematizar com os alunos os perigos de uma má sinalização, a incidência de acidentes, a responsabilidade do governo na manutenção das estradas e rodovias, levantar questões a respeito do filme em relação à omissão do governo quanto as estrada.

9- Registrar um texto coletivo com os alunos a respeito de tudo o que foi vivenciado nas últimas aulas, onde eles poderão desenhar suas impressões e/ou o que mais lhes chamou atenção.

10- Expor o texto no mural da sala ao alcance das crianças.

Produção artística sobre o filme.


Aula 04:

Contextualização da música

1- Trabalhar com a Música: Trânsito

Faça o trânsito andar
Não deixe a cidade parar
Faça o trânsito andar
Não deixe a cidade parar
No vermelho, pare
No amarelo, atenção,
No verde, siga
Se, é a sua direção
Respeite as faixas e as placas
O apito do guarda também
Faça o trânsito andar
Não deixe a cidade parar

- Explique qual a mensagem que música transmite.
2. Problematizarão (discussão):
• Podemos começar perguntando para o aluno o que eles sabem sobre assunto, e se eles já andaram sozinhos e se sabem atravessar a rua.
• Falaremos sobre a educação no trânsito, sobre as placas e o semáforo, discutiremos as dúvidas da classe.

Trabalhar os conceitos sobre:
• que são as placas?
• o que cada placa nos quer dizer?
• como o cidadão deve se portar no trânsito?

Veremos as Placas e Conversaremos sobre o assunto:
1-Quais são as placas de advertência que conhecem?
2-Observe as placas colocadas no quadro e vamos lembrar se já a vimos antes nas ruas?
3-Vamos ver quais são as finalidades de cada placa colocada aqui?


Esse trânsito que maltrata

Fumaça, fuligem, ruído de motores, tédio, cansaço, carros e ônibus que andam lentamente: assim é o trânsito nas cidades grandes. Principalmente nas primeiras horas da manhã, quando as pessoas se dirigem ao seu local de trabalho e, no fim da tarde, quando dele estão voltando.
Além do tempo perdido, do gasto excessivo de combustível e do aumento da poluição, esse trânsito maltrata as pessoas: a ansiedade de chegar logo acusa acidez no estômago; ficar sentado muito tempo causa dores nas articulações; inalar poluentes dá sonolência, dor de cabeça e problemas respiratórios.
Todos são prejudicados: os que estão confortáveis em seus automóveis e, mais ainda, os que estão espremidos nos ônibus. E o principal responsável por esse sofrimento são os automóveis que ocupam as ruas e avenidas das cidades.
Para acomodar o crescente número de automóveis, casas são demolidas, ruas são alargadas, avenidas e viadutos são construídos, e os estacionamentos invadem praças e parques, com a derrubada de árvores centenárias e monumentos históricos. Vale tudo para dar passagem a esse deus dos tempos modernos.
Apesar de causarem tantos transtornos, os automóveis carregam menor número de pessoas que os transportes coletivos. Cada automóvel costuma circular com uma ou duas pessoas, enquanto um ônibus transporta nas horas de movimento, até oitenta passageiros em cada viagem.
Os ônibus são o melhor transporte para as cidades, e dele depende a maioria da população. Apesar disso, as linhas são insuficientes, são mal conservadas e os motoristas, mal pagos. O pior é que o preço das passagens consome boa parte do salário dos trabalhadores.

(Rocicler Martins Rodrigues. Cidades brasileiras: o passado e o presente. São Paulo: Martins Fontes, 1992, p. 64.) (Fragmento adaptado).

- Pesquisar sobre os acidentes de trânsito, problemas ambientais, problemas de saúde causados pelo trânsito nas grandes cidades e fazer um comparativo com nossa cidade (causas, conseqüências...).

Aula 05:
Contextualização do texto:

Se Essa Rua Fosse Minha
Cantiga Popular
Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava sinalizar
Com pedrinhas
Com plaquinhas, com plaquinhas coloridas,
Para ver,
Para ver meu bem passar

Se esta rua fosse minha.
Eu mandava, eu mandava todos tirar
Todo lixo, todo lixo dessa rua,
Pra ninguém, pra ninguém se sujar.

Se este bairro, se este bairro fosse meu,
Eu mandava, eu mandava construir
Uma praça, com brinquedos bem bonitos,
Para criança, pra criança distrair.
Se este bairro, se este bairro fosse meu,
Eu mandava, eu mandava proibir
Colocar tantas coisas que concorrem
Pro Ambiente, pro ambiente poluir.
CANTIGA POPULAR.
Atividades

1) Qual o nome da rua onde você mora?
2) Como é a rua onde você mora? Ela tem buracos? Ela tem muitas árvores?
3)Tem sinalização de trânsito?
4) O que você gostaria que tivesse na rua onde você mora?
5) Qual o é nome da rua onde fica sua escola?
6) Como é a rua onde fica sua escola? Ela possui faixa de pedestre? Ela possui pouco ou muito movimento?

7-Desenhar a sua rua.
7.1 - Se Essa Rua Fosse Minha eu faria....
7.2 – Criar um novo poema em relação à rua.


2-Pesquisa na internet sobre o trânsito.
Indicação de site:
- TURMA DA MÔNICA - EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO NÃO TEM IDADE
- http://www.monica.com.br/institut/edu-tran/welcome.htm#top - HISTÓRIA EM QUADRINHOS
- http://www.monica.com.br/institut/fwelcome.htm - SITE OFICIAL
- http://www.monica.com.br/institut/transito/welcome.htm - CAMPANHA DE TRÂNSITO
- PLACAS DE REGULAMENTAÇÃO E ADVERTÊNCIA: http://aimore.net/placas/geral.html
- CÓDIGO DO TRÂNSITO (EXPLICAÇÃO DAS CORES, FORMATOS DAS PLACAS...):
- http://www.orcose.com.br/capa.asp?IDMateria=1660&IDMn=130

Aula 06:
Trabalhar com palestra com os profissionais responsáveis pelo trânsito da cidade. (Será realizada uma palestra com os guardas municipais ou responsáveis).
•Situações em que mais acontecem os acidentes no trânsito.

Atividades:
-Contextualização do livro Trânsito no mundinho.
- Evolução do trânsito no decorrer da história.

6. Avaliação:
Exploração de trabalhos, simulação de uma situação de trânsito, participação e atenção, normas apontadas pelos alunos, mensagens contidas nos desenhos feitos pelos alunos, participação nas brincadeiras e diálogos na sala de aula, cooperação.

7. Conclusão:
Este trabalho nos leva a concluir que enriquece o espaço de aprendizagem, pois dispõe de metodologias de ensino que auxilia na construção do conhecimento do aluno a respeito do trânsito. Desta forma a criança saberá quais os perigos do trânsito, regras, cuidados, quais os lugares que podemos ou não brincar, identificar a sinalização simples, percebendo a sua importância.
A escola precisa educar as crianças para a vida, iniciando desde cedo uma educação no trânsito.

8. Recursos:
As estratégias utilizadas serão:
- utilização do laboratório de informática;
- aula interativa em grupos em sala de aula e no laboratório de informática;
- Outros materiais: papel sulfite, lápis de cor ou giz de cera, cartolina, figuras de placas e sinalização em geral, cola, canetinha, cartolina preta, papel laminado na cor vermelha, amarelo e verde, palitos de picolé, dvd, rádio toca fitas, giz, tesoura, lápis para escrever.

9. Mídias e Tecnologias envolvidas:
Internet, data show, televisão e dvd.

10. Referência Bibliográfica:
Livro: BATITUCI, Graça & GONZÄLEZ, Conceição; A maneira lúdica de Ensinar; Editora Fapi, Volume 7, Janeiro 2000.
Livro: DETRAN, Governo do Estado do Paraná; Manual de Habilitação; 4ª Edição – Setembro 1999.