Para todos que apreciam uma boa leitura. Seja a leitura de um livro, um texto ou pequenos versos.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
sábado, 28 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.
Eu queria uma escola que cultivasse
a curiosidade de aprender
que é em vocês natural.
Eu queria uma escola que educasse
Escola é...
Escola é...
o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas, quadros,
programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda,
que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
o aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um
se comporte como colega, amigo, irmão.
Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
que não tem amizade a ninguém
nada de ser como o tijolo que forma a parede,
indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se ‘amarrar nela’!
Ora , é lógico...
numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se,
ser feliz.
Minha droga é a Poesia - Vinicius Gregório
Minha droga é a Poesia - Vinicius Gregório
Poesia é o meu conceito.
Pra mim o mal só tem jeito
Quando o real se desfaz
E, num “lapidar”, se faz
Um majestoso repente,
Que encanta qualquer vivente
Dotado de sentimento.
É na Poesia o momento
Que a dor não se faz presente.
Fosse a minha Nicotina,
Meu Ópio, minha Heroína,
Meu Êxtase em demasia...
Ela é quem me fantasia
E quem traça meus traçados.
Através dos meus rimados
Me liberto desse mundo
Pra cair num mar profundo
De Lindos Sonhos Dourados.
Disso eu tenho consciência.
Chega a dar abstinência
Se ela me falta algum dia...
Pra voltar minha alegria,
Basta eu tomar outra “dose”.
Venha comigo, se entrose!
Prove da minha “Heroína”!
Pois, dessa “droga” divina,
Quero morrer de overdose.
Sente o gosto do Sertão
E escuta o som do trovão
Mesmo em terra ressequida.
Venha que eu te dou guarida!
Vamos viajar sem prumo,
Sem conseqüência, sem rumo...
Sem medo de ter cirrose.
Te encosta, toma outra “dose”
Dessa droga que eu consumo.
Esse vício que me enlaça,
Então fuja da fumaça
Que o efeito é corrosivo.
Feito um fumante passivo,
Vais ter um vício profundo.
E, nesse mesmo segundo,
Se queres uma “tragada”,
Podes “tragar”, camarada,
Tem verso pra todo mundo
segunda-feira, 23 de maio de 2011
O Jorge e a Carmem se casaram sem a concordância dos pais de Carmem, pois estes já sabiam que Jorge não era um bom rapaz, não tinha valia, era interesseiro, grosseiro, antipático e invejoso. Tudo que não presta numa pessoa estava concentrado no Jorge, tudo impregnado nele.
Como diz o ditado popular, pepino que nasce torto, cresce torto e nem a pau se indireita. Carmem casou-se e teve 04 filhos, todos bem educados, graças à mãe, pois o pai fazia quase nada por aquelas crianças. O filho mais velho cresceu rápido como abóbora, ligeiro e bem como o pai queria, poderia ajudar no trabalho árduo da lavoura.
A mãe Carmem sempre paciente e bondosa, era muito linda, simples, mas, belíssima. Com um jeitinho delicado, encantava a todos. Acreditava que seus filhinhos deviam crescer no seio de uma família, para serem bem educados. Carmem sempre generosa o que deixava o marido Jorge irritado, porque ele tinha o objetivo de arrecadar bens materiais e acumular muito dinheiro. Ele teve uma infância carente, mas que não justificava ser malvado com a esposa e os filhos. Os parentes da bela Carmem achavam que Jorge era adoentado, adoentado da cabeça, mas Carmem ficava ali firme, disfarçando o tempo todo que era bem feliz, porque assim queria e exigia Jorge.
Os anos se decorreram e Carmem teve filhas gêmeas, duas lindas meninas, de olhos e cabelos claros. Todos pensaram que agora o duro coração de Jorge se comoveria, mas não foi isso que aconteceu, continuou ruim como inço de lavoura e durão como pedra ferro.
A vida de Carmem ao mesmo tempo não era fácil, passava muito tempo no trabalho com os afazeres da casa e com Jorge, que sempre achava que a ocupação dela não rendia dinheiro e precisava fazer mais bem feito.
Não a deixava passear, pois tinha que trabalhar e produzia muito para comprar comida e algumas roupas para os filhos, outras ela ganhava, pois Jorge, muito trabalhador, mas também muito pão duro, só trabalhava para comprar terra, mais terra e maquinário (tratores, caminhões,...).
Carmem sempre foi religiosa, mas estava meio descrente em Deus e diminuía a fé a cada dia que passava. Amava Jorge e pensava ainda que ele pudesse mudar muitas vezes ele fez promessas e parecia mudar seu comportamento, o que persistiam poucos dias. Pensava às vezes em se separar de Jorge, já que os filhos estavam criados e encaminhados na vida. Mas a vida nos prega peças que a gente nunca consegue entender. E depois de 20 anos, nasceu mais um filho, um menino enorme, com olhos e cabelos claros, parecido como o pai e ai se foi água a baixo o desejo de Carmem de se separar da infâme do marido.
Agora Carmem pensava novamente no filho e descartou por hora a hipótese de separação, pois o menino precisava de um pai, fosse quem era. Suportou mais alguns anos, mas decidiu que não podia mais viver assim e decidiu depois de grande dor, se separar definitivamente do infâme do esposo Jorge.
Sabia que não seria fácil, pois Jorge era teimoso e jamais aceitaria ser rejeitado como baralho velho. Após meses de discórdias e brigas, Carmem mudou-se para outra casa, onde pensava e sonhava ser feliz. O que durou 03 meses dias, quando foi acometida por uma nova e grande paixão por Barnabé e mudou-se novamente, para a cidade de Brasília capital federal de nosso país, trabalha no Palácio presidencial, ganha muito bem, porém está deixando saudades nos filhos e demais familiares.
Com certeza, onde está agora está feliz e cuidando de quem ela gostava.
domingo, 22 de maio de 2011
É isso .... Sucesso em um vídeo na internet no qual critica a educação do Brasil
O discurso que Amanda, de 29 anos, fez na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte há quase um mês virou sensação na web. No auditório, a professora falou o que vive desde 2002, quando ingressou na carreira. Baixos salários e falta de estrutura são alguns dos fatores que a levaram a ter depressão. No entanto, ela alerta que este é um problema que atinge a maior parte da sua categoria.
- Somos uma categoria profissional doente, do ponto de vista físico e emocional. Há muitos professores que adoecem por causa da carga de trabalho. Existe um alto índice de professores hipertensos, com doenças cardíacas e psicológicas. Também são vários os que têm problemas relacionados à fala [calo nas cordas vocais, por exemplo].
Para Amanda Gurgel, que repetiu o discurso firme exibido no vídeo, o problema cresce por causa da falta de valorização do profissional da educação. Antes de ficar conhecida, ela teve de tirar licença médica. Há três anos, desde 2008, Amanda Gurgel se recupera de um “quadro grave” de depressão, ocasionado pelo trabalho de ter que administrar cerca de 700 alunos.
Dar aula em três períodos diferentes foi a forma que encontrou, na época, para se manter com a profissão pela qual já foi apaixonada.
- O salário mísero faz o professor trabalhar em dois ou três horários. Então, qualquer profissão em que você trabalha tudo isso já está além da capacidade física. Salas de aula superlotadas, com quase 50 alunos. Isso reflete o que é a saúde do trabalhador em educação.
Readaptação
A professora melhorou e há dois anos está em readaptação. Isso quer dizer que ela ainda não pode voltar a dar aulas, mas exerce atividades pedagógicas na biblioteca e no laboratório de informática. Ela relata que até neste momento tem de enfrentar situações difíceis.
- Existe uma perseguição por parte do governo contra os professores que estão em readaptação de função. As juntas médicas dificilmente liberam licenças para eles.
Mesmo assim, ela não se arrepende de ter escolhido ser professora, ainda que pense em trocar de ramo para melhorar sua qualidade de vida.
- Não me arrependo e não me vejo fazendo outra coisa. Mas, às vezes eu penso e me desespero. Também não digo que não vou deixar de ser professora nunca. Entendo que mesmo os apaixonados pela profissão podem precisar mudar, para ter melhores condições de vida. Eu era apaixonada. Tive um sonho que foi desconstruído. Quando entrei na universidade, eu imaginava que ser professor era uma coisa. Na prática, era outra.
Parte da entrevista com Pedro Bandeira – Revista Língua Portuguesa Ano 5 – N° 67 – MAIO 2011
O Brasil talvez seja o único país do mundo em que, se o livro não for recomendado por um professor, o papai, a mamãe ou o padrinho, não o compram para suas crianças. Ainda temos uma cultura ruim, em que os pais não hesitam em comprar um tênis de grife para o seu filho, de R$ 1 mil, mas chiam quando a professora manda comprar um livro de R$ 20. Eles dizem que "não gostam de gastar dinheiro com besteira". Os pais de classe média ainda acham mais importante investir no pé do que na cabeça do filho. Mas, quando eu estudei, só havia vaga para 30% das crianças nas escolas; agora, temos vagas para todas. A escola não é espetacular? Não é. Mas não é do dia para a noite que se cria uma escola de excelência. Quando houve a redemocratização, a taxa de leitura do brasileiro era de 1,8 livro por ano; hoje, é de 4,7 livros. Estamos caminhando.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
A vida pelo telefone
Como salvar em ligações simultâneas a namorada e o emprego
Durante meses,eu e um amigo nos falamos por telefone. Sempre reclamávamos da escassez de encontros pessoais.
- Precisamos nos ver! - ele dizia.
- Vou arrumar um tempinho! - eu prometia.
Posso ser antiquado, mas acredito que nada substitui o olho no olho. A expressão,o jeito de falar, a gargalhada espontânea,tudo isso dá nova dimensão ao relacionamento. Cumpri minha promessa e fui a seu apartamento. Nos primeiros minutos,falamos da vida como não fazíamos havia bastante tempo. Em seguida,tocou o telefone.
-Um momento.
Iniciou-se uma longa discussão sobre quem compraria os ingressos para um espectáculo. Já estava desligando quando se ouviu o celular. Pediu licença no telefone e ele atendeu. Era alguém discutindo com um problema profissional. Depois de duas respostas, meu amigo disse que, como o assunto era complicado, ia terminar um telefonema e ligaria em seguida. Falou rapidamente com a primeira pessoa, desligou e voltou ao celular. Foi a vez do bip,que tocou insistentemente. Pediu desculpas,foi ver a mensagem.Recado urgente para chamar determinada pessoa. Novamente,trocou mais algumas frases ao celular. Desligou.Pediu-me novas desculpas. Ligou quem o havia bipado. Mais questões de trabalho. Quando anotava alguns detalhes, a linha, digital, anunciou que mais alguem estava querendo ligar. Pediu licença e atendeu a outra linha. Olhou para mim e murmurou desculpas. Combinou rapidamente os detalhes de uma festa-surpresa no fim da semana. Foi fazer um café, com o sem-fio acoplado à orelha.Volta ao celular. Ele tenta botar o pó no coador,com um aparelho em cada orelha e falando nas dois ao mesmo tempo.
- Não,querida,eu tentei ligar pra saber se você queria ir ao espetáculo com a gente!Mas só deu ocupado...O quê? Não, senhor, não estou falando com o senhor,chefe, puxa vida...Claro que o senhor levou um susto...Eu falando assim,querida....Ha, ha, ha....Pois é,meu amor...Meu amor é ela, chefe....Eu quero que você vá ao show....Eu dou um jeito de terminar o relatório até segunda,chefe...Ah,o senhor também quer ir ao show?Bem vou ver se consigo mais entradas e .... Ah!Certo...Meu bem não fique nervosa, não vou trabalhar no final de semana é só um relatório....
Sim mas é claro que vou fazer o melhor chefe... Oh!Meu Deus!!!!
Corri para ajudar com o café, enquanto ele tentava salvar o emprego e namorada ao mesmo tempo. Quase engoliu o celular. Quando terminou,sentou-se exausto. Nesse segundo, alguém ligou e ele lamentou-se longamente:
- Imagine que minha namorada me pressionou justamente quando falava com meu chefe ao telefone, e ele ouviu tudo pelo jeito....
Olhei meu talão de cheques e disquei para verificar o saldo. Aproveitei para falar com os dois amigos.Quando terminava, ele sentou-se na minha frente, palido, mas calmo ,com a bandeja e as xícaras.Em dois rápidos chamados, havia se justificado com ela e se deculpado com ele. Mal pôde perguntar se eu queria açúcar ou adoçante.Entrou um fax.
-Deixa eu ver o que é, pode ser importante.
-Terminou de ler e alguém ligou para saber se tinha recebido. Em seguida, ligou para confirmar alguma coisa que fora escrita na mensagem. Não pôde terminar porque o celular gritou novamente. Meu estômago roncou de fome. Levantei-me e ele fez sinal pra que eu sentasse.
-Já estou teminando.Só preciso mandar um bip.
Observei o relógio demoradamente. Aproveitei o intervalo entre o bip e um novo telefonema para dizer,bem depressa:
-Preciso ir.Depois te ligo.
Sorriu, satisfeito.
-Então me chame depois.Mas não esqueça,hein?
-Mando um e-mail e você me responde. Assim o papo fica melhor.
Gostou da idéia,sem perceber a ironia. Pediu mais um minutinho no telefone, dizendo que ia me levar até a porta e já voltava. Comentou, já tranqüilo:
-Nossa, como a gente tem coisas para falar. Você ficou mais de duas horas aqui e nem botamos tudo em dia.
Repuxei os lábios, educadamente. Certas pessoas estão grudadas aos telefones, celulares, bips e e-mail.Inventou-se tudo para facilitar a comunicação. Às vezes acredito que, justamente por causa disso, ela anda se tornando cada vez mais difícil.
Leitura, o desafio da contemporaneidade
Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1735504-leitura-desafio-da-contemporaneidade/#ixzz1MtpbjBvo