segunda-feira, 30 de maio de 2011


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A Família

A vida é como

Numa tela

Ela se revela.

Revelam amores, paixões

Ocasiões inconvenientes

Ilusões.

Revela alegria

E a esperança que um dia

A vida possa ser.

Revela tristeza

Na saudade e na ausência

Do amor e do bem querer.

Revela no acalanto

Na dor e no pranto

De um filho a se perder.

Revela a fantasia

Nas cores

Quentes ou frias

A vida transcrever.

Mediadores Ler é Viajar




“Operários” Tarsila do Amaral

Arte Moderna
Revolução industrial representando o trabalho em série, século XIX. 



”A Santa Ceia” de Leonardo Da Vinci


Arte Renascentista 
Renascimento: ressurgimento da cultura no geral.






 

“Família” Tarsila do Amaral

Modernismo
A constituição da família da época.




terça-feira, 24 de maio de 2011

A Escola

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.


Eu queria uma escola que cultivasse


a curiosidade de aprender


que é em vocês natural.


Eu queria uma escola que educasse

seu corpo e seus movimentos:

que possibilitasse seu crescimento

físico e sadio. Normal


Eu queria uma escola que lhe

ensinasse tudo sobre a natureza,

o ar, a matéria, as plantas, os animais,

seu próprio corpo. Deus.



Mas que ensinasse primeiro pela

observação, pela descoberta,

pela experimentação.



E que dessas coisas lhes ensinasse

não só o conhecer, como também

a aceitar, a amar e preservar.


Eu queria uma escola que lhes

ensinasse tudo sobre a nossa história

e a nossa terra de uma maneira viva e atraente.


Eu queria uma escola que lhes

ensinasse a usarem bem a nossa língua,

a pensarem e a se expressarem

com clareza.


Eu queria uma escola que lhes

ensinassem a pensar, a raciocinar,

a procurar soluções.


Eu queria uma escola que desde cedo

usasse materiais concretos 

para que vocês pudessem ir formando corretamente 

os conceitos matemáticos, 

os conceitos de números, 

as operações... pedrinhas... só porcariinhas!...

fazendo vocês aprenderem brincando...


Oh! Meu Deus!

Deus que livre vocês de uma escola

em que tenham que copiar pontos.


Deus que livre vocês de decorar

sem entender, nomes, datas, fatos...


Deus que livre vocês de aceitarem

conhecimentos "prontos",

mediocremente embalados

nos livros didáticos descartáveis.


Deus que livre vocês de ficarem

passivos, ouvindo e repetindo,

repetindo, repetindo...


Eu também queria uma escola

que ensinasse a conviver, a cooperar,

a respeitar, a esperar, a saber viver

em comunidade, em união.


Que vocês aprendessem

a transformar e criar.


Que lhes desse múltiplos meios de

vocês expressarem cada sentimento,

cada drama, cada emoção.


Ah! E antes que eu me esqueça:


Deus que livre vocês

de um professor incompetente.

Escola é...


Paulo Freire




Escola é...


o lugar onde se faz amigos


não se trata só de prédios, salas, quadros,


programas, horários, conceitos...


Escola é, sobretudo, gente,


gente que trabalha, que estuda,


que se alegra, se conhece, se estima.


O diretor é gente,


O coordenador é gente, o professor é gente,


o aluno é gente,


cada funcionário é gente.




E a escola será cada vez melhor


na medida em que cada um


se comporte como colega, amigo, irmão.




Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.


Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir


que não tem amizade a ninguém


nada de ser como o tijolo que forma a parede,


indiferente, frio, só.




Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,


é também criar laços de amizade,


é criar ambiente de camaradagem,


é conviver, é se ‘amarrar nela’!


Ora , é lógico...


numa escola assim vai ser fácil


estudar, trabalhar, crescer,


fazer amigos, educar-se,


ser feliz.

Minha droga é a Poesia - Vinicius Gregório

Minha droga é a Poesia - Vinicius Gregório


Poesia é bom demais!
Poesia é o meu conceito.
Pra mim o mal só tem jeito
Quando o real se desfaz
E, num “lapidar”, se faz
Um majestoso repente,
Que encanta qualquer vivente
Dotado de sentimento.
É na Poesia o momento
Que a dor não se faz presente.

É como se a Poesia
Fosse a minha Nicotina,
Meu Ópio, minha Heroína,
Meu Êxtase em demasia...
Ela é quem me fantasia
E quem traça meus traçados.
Através dos meus rimados
Me liberto desse mundo
Pra cair num mar profundo
De Lindos Sonhos Dourados.

Sou viciado em Poesia,
Disso eu tenho consciência.
Chega a dar abstinência
Se ela me falta algum dia...
Pra voltar minha alegria,
Basta eu tomar outra “dose”.
Venha comigo, se entrose!
Prove da minha “Heroína”!
Pois, dessa “droga” divina,
Quero morrer de overdose.

Quem prova minha “bebida”,
Sente o gosto do Sertão
E escuta o som do trovão
Mesmo em terra ressequida.
Venha que eu te dou guarida!
Vamos viajar sem prumo,
Sem conseqüência, sem rumo...
Sem medo de ter cirrose.
Te encosta, toma outra “dose”
Dessa droga que eu consumo.

Mas se tu achas nocivo
Esse vício que me enlaça,
Então fuja da fumaça
Que o efeito é corrosivo.
Feito um fumante passivo,
Vais ter um vício profundo.
E, nesse mesmo segundo,
Se queres uma “tragada”,
Podes “tragar”, camarada,
Tem verso pra todo mundo
Livro!!! É a palavra que define o prazer 

em tornar-se apaixonado por leitura.
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA....

segunda-feira, 23 de maio de 2011


O triângulo

             Sentado a pouca sombra de um eucalipto, na pequena cabana do Passo da Entrada, Noronha escuta de sua amada Tereza as revelações que a vidente de Rondinha fez.
            - Isso! Dê risada! Os homens são assim mesmo. Não acreditam em nada! Mas fique sabendo que ao entrar na sala, a vidente já revelou o motivo pelo qual fui até lá e falou:
            -Você tem medo de perder seu amor e saiba que isso pode acontecer.
            -Pois saiba que ela errou, porque isso jamais acontecerá. Disse Noronha.
            Com um beijo tranqüilizou sua amada e despediu-se.
            Noronha entrou no seu Fiat 147 e voltou para Sarandi, enquanto Tereza encaminha-se para Passo Fundo no seu Vectra bordô.
            Tereza era noiva de Fernando, amigo de infância de Noronha. Fernando e Noronha moravam em Sarandi e sempre estudaram juntos. Fernando sempre foi mais estudioso, tanto que passou no vestibular de Medicina na UFRGS em Porto Alegre, onde morou até pouco tempo. Quando conclui seus estudos mudou-se para Passo Fundo, onde iniciou sua carreira médica e conheceu Tereza.
            Durante esse tempo Fernando e Noronha não se encontraram muito, mas mantiveram contato por telefone, MSN e e-mail e foi em uma dessas conversas que Fernando contou ao amigo que havia conhecido uma moça muito bonita, mas muito fútil também. Era filha única de uma família tradicional de Passo Fundo e que possuía uma vida financeira muito confortável.
            Noronha disse no MSN que o amigo havia tirado a sorte grande e que deveria investir no namoro, porque moça bonita e rica não se acha em qualquer lugar, que se fosse ele já estaria namorando.
            Fernando, mesmo inseguro, decidiu apostar no namoro, afinal a moça era uma loira estonteante. Depois de algum tempo ficaram noivos e Fernando convidou Tereza para ir a Sarandi conhecer seus pais e, claro, seu amigo Noronha.
            Decidiram almoçar com a família de Fernando e depois seguiram para a casa de Noronha. Chegando lá os amigos se abraçaram, pois há tempos não se encontravam e quando Noronha viu Tereza, seu coração quase parou. A descrição que Fernando havia feito dela era pouco para os olhos de Noronha, que a admirou num repentino silencio.  Fernando estava tão feliz em rever o amigo que não percebeu que sua noiva e seu amigo haviam trocado olhares.
            Entraram na propriedade da família de Noronha, pois como foi o único dos filhos que não quis estudar, continuou morando com os pais e trabalhando na agroindústria de salames, que pertencia a sua família. Durante o passeio pela propriedade Noronha não tirava os olhos de Tereza, mal ouvia o que o amigo lhe falava, enquanto que Tereza percebia e retribuía os olhares do amigo de seu noivo. Chegou o fim do dia e Fernando e Tereza voltaram para Passo Fundo.
            Passaram-se os dias e Noronha não tirava a sensual mulher de sua mente, por mais que tentasse não conseguia parar de pensar. A vontade de vê-la era tanta que ele começou a imaginar uma forma de encontrá-la novamente, foi então que ele decidiu convidar o jovem casal para passar o final de semana na sua casa na barragem. Fernando ficou muito feliz com o convite e aceitou prontamente.
            Durante a visita Noronha e Tereza continuaram trocando olhares. Noronha a deseja muito, mas tentava disfarçar, pois não queria que o amigo percebesse o interesse por sua amada.
            Enquanto Fernando curtia o passeio e mostrava-se muito feliz na companhia do amigo, Noronha só preocupava-se com Tereza e foi durante um passeio que Fernando fez de Jet Ski, que Noronha e Tereza tiveram a oportunidade de ficar a sós. Nesse momento Tereza também não resistiu aos encantos de Noronha e o beijou ardentemente. Assim passou o fim de semana e o casal voltou para Passo Fundo. Fernando não desconfiou de nada, mas com o passar dos dias começou a sentir-se só e percebeu que Tereza andava longe, porém, muito feliz.
            Tereza e Noronha continuaram encontrando-se na casa da barragem. Ela inventava qualquer desculpa para passar a noite fora, enquanto que Noronha dava qualquer desculpa aos pais para ir encontrá-la. A vontade de ficar junto era cada vez maior e os encontros foram ficando mais freqüentes, na mesma medida em que foi aumentando a solidão de Fernando.
            O jovem médico decide enviar um e-mail para o amigo, no e-mail ele conta que está triste e sente-se sozinho, passados alguns dias ele escreve novamente perguntando se Noronha acredita no amor e se sua amizade tem valor para ele. Noronha fica preocupado e começa a pensar que o amigo está desconfiando de seus encontros com Tereza.
            Fernando envia outro e-mail, dessa vez mais intrigante, pois ele diz que Noronha apesar de ser seu melhor amigo não imagina o que ele está sentindo e questiona o amigo sobre sua vida amorosa, perguntando se ele já se apaixonou ou tem alguém em sua vida.
            Noronha não responde aos e-mails do amigo e resolve procurar a vidente que Tereza havia consultado. Chegando em Rondinha, mesmo apreensivo decide ir adiante e vai à casa da tal vidente. Quando Noronha entra a vidente já lhe pergunta qual o motivo de tanta aflição, mesmo surpreso, Noronha procura disfarçar e pede para que a vidente jogue o terço e veja seu futuro. A vidente obedece e diz:
            -Hum... um triângulo amoroso! Você ficará entre dois amores e terá que tomar uma difícil decisão.
            Noronha se assusta e sai correndo. Liga para Tereza e diz que precisam terminar tudo, que ela tem que escolher entre ele e Fernando e é melhor que fique com Fernando. Tereza não entende nada e pede para encontrar Noronha no lugar de sempre. Chegando lá Noronha diz a Tereza que tem que se afastar dela e que apesar de amá-la muito é melhor que ela fique com Fernando. Enquanto isso Fernando decide procurar o amigo, já que não teve nenhuma resposta de seus e-mails, resolve abrir seu coração e contar que não ama Tereza e está apaixonado por outro homem. Quando Fernando chega em Sarandi não encontra o amigo e decide ir até Ronda Alta, na casa onde passou agradáveis momentos ao lado de seu amigo. Quando chega à casa da barragem vê o carro de Tereza e de Noronha, então decide entrar em silêncio, caminha calmamente até a varanda e surpreende os dois se beijando.
            Fernando sentia o chão se abrir e não conseguia acreditar no que estava vendo, pois Tereza estava com seu grande amor, Noronha. Tamanha foi sua decepção que ele voltou-se para a porta e foi embora sem dizer nada.




Releitura do conto "A cartomante" de Machado de Assis.

O SONHO POSSÍVEL

A história que vamos contar é de um casal bem conhecido em nossa cidade. Casaram-se lá pelos anos 1990, afinal mais de 29 anos passados. Em um lugarzinho pacato que era minha city, um lugarejo tranqüilo, com muita gente que gosta de falar da vida dos outros. Sabe como é, lugar pequeno, onde todos se conhecem e sabem de tudo que acontece na vida de todos.
        O Jorge e a Carmem se casaram sem a concordância dos pais de Carmem, pois estes já sabiam que Jorge não era um bom rapaz, não tinha valia, era interesseiro, grosseiro, antipático e invejoso. Tudo que não presta numa pessoa estava concentrado no Jorge, tudo impregnado nele.
         Como diz o ditado popular, pepino que nasce torto, cresce torto e nem a pau se indireita. Carmem casou-se e teve 04 filhos, todos bem educados, graças à mãe, pois o pai fazia quase nada por aquelas crianças. O filho mais velho cresceu rápido como abóbora, ligeiro e bem como o pai queria, poderia ajudar no trabalho árduo da lavoura.
       A mãe Carmem sempre paciente e bondosa, era muito linda, simples, mas, belíssima. Com um jeitinho delicado, encantava a todos. Acreditava que seus filhinhos deviam crescer no seio de uma família, para serem bem educados. Carmem sempre generosa o que deixava o marido Jorge irritado, porque ele tinha o objetivo de arrecadar bens materiais e acumular muito dinheiro.  Ele teve uma infância carente, mas que não justificava ser malvado com a esposa e os filhos. Os parentes da bela Carmem achavam que Jorge era adoentado, adoentado da cabeça, mas Carmem ficava ali firme, disfarçando o tempo todo que era bem feliz, porque assim queria e exigia Jorge.
        Os anos se decorreram e Carmem teve filhas gêmeas, duas lindas meninas, de olhos e cabelos claros. Todos pensaram que agora o duro coração de Jorge se comoveria, mas não foi isso que aconteceu, continuou ruim como inço de lavoura e durão como pedra ferro.
A vida de Carmem ao mesmo tempo não era fácil, passava muito tempo no trabalho com os afazeres da casa e com Jorge, que sempre achava que a ocupação dela não rendia dinheiro e precisava fazer mais bem feito.
Não a deixava passear, pois tinha que trabalhar e produzia muito para comprar comida e algumas roupas para os filhos, outras ela ganhava, pois Jorge, muito trabalhador, mas também muito pão duro, só trabalhava para comprar terra, mais terra e maquinário (tratores, caminhões,...).
       Carmem sempre foi religiosa, mas estava meio descrente em Deus e diminuía a fé a cada dia que passava. Amava Jorge e pensava ainda que ele pudesse mudar muitas vezes ele fez promessas e parecia mudar seu comportamento, o que persistiam poucos dias. Pensava às vezes em se separar de Jorge, já que os filhos estavam criados e encaminhados na vida. Mas a vida nos prega peças que a gente nunca consegue entender. E depois de 20 anos, nasceu mais um filho, um menino enorme, com olhos e cabelos claros, parecido como o pai e ai se foi água a baixo o desejo de Carmem de se separar da infâme do marido.
       Agora Carmem pensava novamente no filho e descartou por hora a hipótese de separação, pois o menino precisava de um pai, fosse quem era. Suportou mais alguns anos, mas decidiu que não podia mais viver assim e decidiu depois de grande dor, se separar definitivamente do infâme do esposo Jorge.
      Sabia que não seria fácil, pois Jorge era teimoso e jamais aceitaria ser rejeitado como baralho velho. Após meses de discórdias e brigas, Carmem mudou-se para outra casa, onde pensava e sonhava ser feliz. O que durou 03 meses dias, quando foi acometida por uma nova e grande paixão por Barnabé e mudou-se novamente, para a cidade de Brasília capital federal de nosso país, trabalha no Palácio presidencial, ganha muito bem, porém está deixando saudades nos filhos e demais familiares.
Com certeza, onde está agora está feliz e cuidando de quem ela gostava.





domingo, 22 de maio de 2011

É isso .... Sucesso em um vídeo na internet no qual critica a educação do Brasil

A professora Amanda Gurgel é o retrato do educador brasileiro. Assim como vários de seus colegas, ela está doente. Mas a razão que a levou a adoecer também foi responsável por fazê-la ficar conhecida entre mais de 700 mil pessoas que assistiram o seu vídeo.

O discurso que Amanda, de 29 anos, fez na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte há quase um mês virou sensação na web. No auditório, a professora falou o que vive desde 2002, quando ingressou na carreira. Baixos salários e falta de estrutura são alguns dos fatores que a levaram a ter depressão. No entanto, ela alerta que este é um problema que atinge a maior parte da sua categoria.

- Somos uma categoria profissional doente, do ponto de vista físico e emocional. Há muitos professores que adoecem por causa da carga de trabalho. Existe um alto índice de professores hipertensos, com doenças cardíacas e psicológicas. Também são vários os que têm problemas relacionados à fala [calo nas cordas vocais, por exemplo].

Para Amanda Gurgel, que repetiu o discurso firme exibido no vídeo, o problema cresce por causa da falta de valorização do profissional da educação. Antes de ficar conhecida, ela teve de tirar licença médica. Há três anos, desde 2008, Amanda Gurgel se recupera de um “quadro grave” de depressão, ocasionado pelo trabalho de ter que administrar cerca de 700 alunos.

Dar aula em três períodos diferentes foi a forma que encontrou, na época, para se manter com a profissão pela qual já foi apaixonada.

- O salário mísero faz o professor trabalhar em dois ou três horários. Então, qualquer profissão em que você trabalha tudo isso já está além da capacidade física. Salas de aula superlotadas, com quase 50 alunos. Isso reflete o que é a saúde do trabalhador em educação.
Readaptação

A professora melhorou e há dois anos está em readaptação. Isso quer dizer que ela ainda não pode voltar a dar aulas, mas exerce atividades pedagógicas na biblioteca e no laboratório de informática. Ela relata que até neste momento tem de enfrentar situações difíceis.

- Existe uma perseguição por parte do governo contra os professores que estão em readaptação de função. As juntas médicas dificilmente liberam licenças para eles.

Mesmo assim, ela não se arrepende de ter escolhido ser professora, ainda que pense em trocar de ramo para melhorar sua qualidade de vida.

- Não me arrependo e não me vejo fazendo outra coisa. Mas, às vezes eu penso e me desespero. Também não digo que não vou deixar de ser professora nunca. Entendo que mesmo os apaixonados pela profissão podem precisar mudar, para ter melhores condições de vida. Eu era apaixonada. Tive um sonho que foi desconstruído. Quando entrei na universidade, eu imaginava que ser professor era uma coisa. Na prática, era outra.
PI – CA - DI – NHO

Dividir não é só arte
Da matéria matemática.
Isso ai também faz parte
Do caderno de gramática.

PALAVRAS

A -go-ra to-da pa-la-vra
Eu es-cre-vo pi-ca-di-nha.
Pra ver di-vi-são si-lá-bi-ca
E a-té mu-dar de li-nha.

Evelyn Heine. Poesias pra crianças. Blumenau, Brasileitura.

Parte da entrevista com Pedro Bandeira – Revista Língua Portuguesa Ano 5 – N° 67 – MAIO 2011

A educação no Brasil está num patamar aceitável?

O Brasil talvez seja o único país do mundo em que, se o livro não for recomendado por um professor, o papai, a mamãe ou o padrinho, não o compram para suas crianças. Ainda temos uma cultura ruim, em que os pais não hesitam em comprar um tênis de grife para o seu filho, de R$ 1 mil, mas chiam quando a professora manda comprar um livro de R$ 20. Eles dizem que "não gostam de gastar dinheiro com besteira". Os pais de classe média ainda acham mais importante investir no pé do que na cabeça do filho. Mas, quando eu estudei, só havia vaga para 30% das crianças nas escolas; agora, temos vagas para todas. A escola não é espetacular? Não é. Mas não é do dia para a noite que se cria uma escola de excelência. Quando houve a redemocratização, a taxa de leitura do brasileiro era de 1,8 livro por ano; hoje, é de 4,7 livros. Estamos caminhando.

Arnaldo antônimo

Marcílio Godoi




"Senhoras e senhores,
vão emboras,
por favores.

A fera
não tolera
sofredores."

[A Fera, Arnaldo Antunes]



Quem assistia na TV ao Cassino do Chacrinha, em meados dos ano...

Revista Língua Portuguesa - ANO 5 - NÚMERO 67 - MAIO 2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A vida pelo telefone

A vida pelo telefone - Walcyr Carrasco

Como salvar em ligações simultâneas a namorada e o emprego

Durante meses,eu e um amigo nos falamos por telefone. Sempre reclamávamos da escassez de encontros pessoais.
- Precisamos nos ver! - ele dizia.
- Vou arrumar um tempinho! - eu prometia.
Posso ser antiquado, mas acredito que nada substitui o olho no olho. A expressão,o jeito de falar, a gargalhada espontânea,tudo isso dá nova dimensão ao relacionamento. Cumpri minha promessa e fui a seu apartamento. Nos primeiros minutos,falamos da vida como não fazíamos havia bastante tempo. Em seguida,tocou o telefone.
-Um momento.
Iniciou-se uma longa discussão sobre quem compraria os ingressos para um espectáculo. Já estava desligando quando se ouviu o celular. Pediu licença no telefone e ele atendeu. Era alguém discutindo com um problema profissional. Depois de duas respostas, meu amigo disse que, como o assunto era complicado, ia terminar um telefonema e ligaria em seguida. Falou rapidamente com a primeira pessoa, desligou e voltou ao celular. Foi a vez do bip,que tocou insistentemente. Pediu desculpas,foi ver a mensagem.Recado urgente para chamar determinada pessoa. Novamente,trocou mais algumas frases ao celular. Desligou.Pediu-me novas desculpas. Ligou quem o havia bipado. Mais questões de trabalho. Quando anotava alguns detalhes, a linha, digital, anunciou que mais alguem estava querendo ligar. Pediu licença e atendeu a outra linha. Olhou para mim e murmurou desculpas. Combinou rapidamente os detalhes de uma festa-surpresa no fim da semana. Foi fazer um café, com o sem-fio acoplado à orelha.Volta ao celular. Ele tenta botar o pó no coador,com um aparelho em cada orelha e falando nas dois ao mesmo tempo.
- Não,querida,eu tentei ligar pra saber se você queria ir ao espetáculo com a gente!Mas só deu ocupado...O quê? Não, senhor, não estou falando com o senhor,chefe, puxa vida...Claro que o senhor levou um susto...Eu falando assim,querida....Ha, ha, ha....Pois é,meu amor...Meu amor é ela, chefe....Eu quero que você vá ao show....Eu dou um jeito de terminar o relatório até segunda,chefe...Ah,o senhor também quer ir ao show?Bem vou ver se consigo mais entradas e .... Ah!Certo...Meu bem não fique nervosa, não vou trabalhar no final de semana é só um relatório....
Sim mas é claro que vou fazer o melhor chefe... Oh!Meu Deus!!!!
Corri para ajudar com o café, enquanto ele tentava salvar o emprego e namorada ao mesmo tempo. Quase engoliu o celular. Quando terminou,sentou-se exausto. Nesse segundo, alguém ligou e ele lamentou-se longamente:
- Imagine que minha namorada me pressionou justamente quando falava com meu chefe ao telefone, e ele ouviu tudo pelo jeito....
Olhei meu talão de cheques e disquei para verificar o saldo. Aproveitei para falar com os dois amigos.Quando terminava, ele sentou-se na minha frente, palido, mas calmo ,com a bandeja e as xícaras.Em dois rápidos chamados, havia se justificado com ela e se deculpado com ele. Mal pôde perguntar se eu queria açúcar ou adoçante.Entrou um fax.
-Deixa eu ver o que é, pode ser importante.
-Terminou de ler e alguém ligou para saber se tinha recebido. Em seguida, ligou para confirmar alguma coisa que fora escrita na mensagem. Não pôde terminar porque o celular gritou novamente. Meu estômago roncou de fome. Levantei-me e ele fez sinal pra que eu sentasse.
-Já estou teminando.Só preciso mandar um bip.
Observei o relógio demoradamente. Aproveitei o intervalo entre o bip e um novo telefonema para dizer,bem depressa:
-Preciso ir.Depois te ligo.
Sorriu, satisfeito.
-Então me chame depois.Mas não esqueça,hein?
-Mando um e-mail e você me responde. Assim o papo fica melhor.
Gostou da idéia,sem perceber a ironia. Pediu mais um minutinho no telefone, dizendo que ia me levar até a porta e já voltava. Comentou, já tranqüilo:
-Nossa, como a gente tem coisas para falar. Você ficou mais de duas horas aqui e nem botamos tudo em dia.
Repuxei os lábios, educadamente. Certas pessoas estão grudadas aos telefones, celulares, bips e e-mail.Inventou-se tudo para facilitar a comunicação. Às vezes acredito que, justamente por causa disso, ela anda se tornando cada vez mais difícil.

Leitura, o desafio da contemporaneidade

A leitura tem sido um grande desafio para escolas e educadores da educação básica, haja vista toda a parafernália tecnológica que encanta e seduz nossas crianças, distanciando-as da interpretação de textos, da análise crítica, da reflexão e da decodificação e entendimento de seu papel de agente modificaDOR. Tal empreitada torna-se ainda mais peculiar na Educação de Jovens e Adultos que, por ser tão dinâmica, carece de atenção e carinho na elaboração dos planejamentos e, sobretudo, na execução das aulas. É preciso ter clareza para enxergar que um assunto/texto pode ser bem acolhido em uma região ou comunidade e não ser tanto em outra, pois vivem realidades diferentes, possuem aspirações outras, portanto é necessário sentir o querer, muitas vezes não revelado explicitamente por timidez, vergonha ou até medo. É preciso saber ouvir e estar aberto às mudanças, aceitando-as como naturais que são, selecionar textos os quais todos poderão se manifestar, interagir e, principalmente, refletir. Pensar a leitura é pensar a emancipação, a descoberta de si no outro e o contrário também, é conhecer-se e gostar-se, pois mais do que um emaranhado de palavras a leitura é o passaporte para um outro mundo mais sensível, mais compreensível, mais próximo e esta proximidade prática ganha relevância nesse contexto. A leitura não deve ser tratada como algo estático que aponta para um horizonte, pois este horizonte não existe, ou se existe se molda e se modifica a cada leitura, a cada contato, a cada toque, a cada pensar. Não extraímos de um texto apenas um pensar, mas várias e variadas formas, não há portanto uma verdade absoluta, não há o porquê de encontrar o que o autor quis dizer, pois o momento do autor não é o mesmo momento do leitor, o que importa é o que se diz daquele texto e o que ele diz para mim e de mim. Porém, desconstruir essa relação fria que alguns mantêm com os livros, não é tarefa fácil em uma sociedade em que na maioria das vezes que você é apanhado lendo ou mesmo carregando um livro a pergunta que mais se ouve é: esse livro é bom? Pensemos um minuto, existe livro ruim? Nossa tarefa enquanto professores é repensar, questionar, reconstruir os conceitos de bom e ruim para adequado e não adequado, urge voltar nosso olhar para a leitura, não como obrigação e martírio, mas essencialmente como informação, entretenimento, relaxamento, enfim prazer. A interação com outros espaços, bibliotecas, pinacotecas, exposições, concertos são formas de leitura, principalmente porque muitas vezes nossos jovens e adultos não se sentem sujeitos desses ambientes, ou sentem-se menos sujeitos, uma vez que não se acham cultos o suficiente para se relacionarem, para entenderem, para se exercerem nesses espaços, tido erroneamente por eles, muitas vezes, como templos sagrados reservados aos escolhidos. Esta interação é de fundamental importância nessa desmistificação, nesse reconhecimento e aceitação do ambiente. A leitura, assim como as demais expressões artísticas, pressupõe liberdade, por isso deve-se sempre e mais extrapolar a sala de aula, os muros da escola, os balcões e estantes das bibliotecas, não deve apenas ensinar a pescar, é preciso transformar esse peixe em um prato apetitoso, vistoso e, sobretudo, saboroso, que como todas as coisas como todas as coisas boas da vida, deixarão sempre um gostinho de quero mais. O querer lúcido é o combustível para a realização, para a permanente transformação de seres mais sensíveis, mais questionadores, mais inquietantes, que semearão em seus filhos e netos a semente que um dia foi neles plantada e que desabrochou lindas flores, perceberão que tão preciso quanto plantar é se auto adubar.

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1735504-leitura-desafio-da-contemporaneidade/#ixzz1MtpbjBvo

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A importância de leitura


Saber ler não é apenas deixar de ser analfabeto.
é algo mais importante, é algo mais certo.
É enxergar além do que o horizonte pode nos mostrar.
É ler aquilo que vem do nosso pensar.
Lembra quando nos começamos?
Ler parecia impossivel.
mas era o começo de tudo.
Éramos ainda criança e era só o começo
do nosso estudo.
Quando lemos o nosso nome pela primeira vez.
No cantinho do caderno que a professora fez.
Engolindo algumas palavras.
Mas a vontade era mais
de chegar e contar para os nossos pais,
eu ja sei ler.
E assim o tempo foi passando e começamos a ler ate história.
A história que todo mundo ainda guarda na memória.
Agora que ja sabemos ler cadê aquela vontade costante.
Hoje nossos livros encotram fechados naquela estante.
Esperando a volta do estudante.
Pra você fazer a escolha certa
e ir de encontro a uma nova descoberta.
A leitura que é feita de vários pensamentos
mas só uma conclusão.
Ela será essencial
para e escolha de uma profissão.
Por isso é hora de erguer a cabeça.
Pra você ver
a importância que tem o ato de ler.
Juscelino Alves

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Paz

Depende de nós
Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor


Quem um dia não sentiu saudades de sua infância? 
Quantos sonhos?
Ainda acreditamos que há esperança? 
Essa depende de nós, diante de tantos acontecimentos!
Acreditar, sonhar e querer!