segunda-feira, 23 de maio de 2011

O SONHO POSSÍVEL

A história que vamos contar é de um casal bem conhecido em nossa cidade. Casaram-se lá pelos anos 1990, afinal mais de 29 anos passados. Em um lugarzinho pacato que era minha city, um lugarejo tranqüilo, com muita gente que gosta de falar da vida dos outros. Sabe como é, lugar pequeno, onde todos se conhecem e sabem de tudo que acontece na vida de todos.
        O Jorge e a Carmem se casaram sem a concordância dos pais de Carmem, pois estes já sabiam que Jorge não era um bom rapaz, não tinha valia, era interesseiro, grosseiro, antipático e invejoso. Tudo que não presta numa pessoa estava concentrado no Jorge, tudo impregnado nele.
         Como diz o ditado popular, pepino que nasce torto, cresce torto e nem a pau se indireita. Carmem casou-se e teve 04 filhos, todos bem educados, graças à mãe, pois o pai fazia quase nada por aquelas crianças. O filho mais velho cresceu rápido como abóbora, ligeiro e bem como o pai queria, poderia ajudar no trabalho árduo da lavoura.
       A mãe Carmem sempre paciente e bondosa, era muito linda, simples, mas, belíssima. Com um jeitinho delicado, encantava a todos. Acreditava que seus filhinhos deviam crescer no seio de uma família, para serem bem educados. Carmem sempre generosa o que deixava o marido Jorge irritado, porque ele tinha o objetivo de arrecadar bens materiais e acumular muito dinheiro.  Ele teve uma infância carente, mas que não justificava ser malvado com a esposa e os filhos. Os parentes da bela Carmem achavam que Jorge era adoentado, adoentado da cabeça, mas Carmem ficava ali firme, disfarçando o tempo todo que era bem feliz, porque assim queria e exigia Jorge.
        Os anos se decorreram e Carmem teve filhas gêmeas, duas lindas meninas, de olhos e cabelos claros. Todos pensaram que agora o duro coração de Jorge se comoveria, mas não foi isso que aconteceu, continuou ruim como inço de lavoura e durão como pedra ferro.
A vida de Carmem ao mesmo tempo não era fácil, passava muito tempo no trabalho com os afazeres da casa e com Jorge, que sempre achava que a ocupação dela não rendia dinheiro e precisava fazer mais bem feito.
Não a deixava passear, pois tinha que trabalhar e produzia muito para comprar comida e algumas roupas para os filhos, outras ela ganhava, pois Jorge, muito trabalhador, mas também muito pão duro, só trabalhava para comprar terra, mais terra e maquinário (tratores, caminhões,...).
       Carmem sempre foi religiosa, mas estava meio descrente em Deus e diminuía a fé a cada dia que passava. Amava Jorge e pensava ainda que ele pudesse mudar muitas vezes ele fez promessas e parecia mudar seu comportamento, o que persistiam poucos dias. Pensava às vezes em se separar de Jorge, já que os filhos estavam criados e encaminhados na vida. Mas a vida nos prega peças que a gente nunca consegue entender. E depois de 20 anos, nasceu mais um filho, um menino enorme, com olhos e cabelos claros, parecido como o pai e ai se foi água a baixo o desejo de Carmem de se separar da infâme do marido.
       Agora Carmem pensava novamente no filho e descartou por hora a hipótese de separação, pois o menino precisava de um pai, fosse quem era. Suportou mais alguns anos, mas decidiu que não podia mais viver assim e decidiu depois de grande dor, se separar definitivamente do infâme do esposo Jorge.
      Sabia que não seria fácil, pois Jorge era teimoso e jamais aceitaria ser rejeitado como baralho velho. Após meses de discórdias e brigas, Carmem mudou-se para outra casa, onde pensava e sonhava ser feliz. O que durou 03 meses dias, quando foi acometida por uma nova e grande paixão por Barnabé e mudou-se novamente, para a cidade de Brasília capital federal de nosso país, trabalha no Palácio presidencial, ganha muito bem, porém está deixando saudades nos filhos e demais familiares.
Com certeza, onde está agora está feliz e cuidando de quem ela gostava.





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